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Resenha filme: Um Ato de Liberdade – Edward Zwick

“Os esquadrões SS cercaram os judeus em semanas 50 mil foram assassinados e 1 milhão esperam serem deportados para campos de concentração”.

A obra é baseada no livro Defiance: The Bielski Partisans de 1993, do pesquisador do Holocausto, Nechama Tec.

Um Ato de Liberdade

A narrativa versa sobre os partisans judeus Tuvia, Zus e Asael Bielski, que tiveram seus pais assassinados por nazistas.

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Ao andar pela floresta os irmãos Bielski tem essa visão, fazendo com que compreendam melhor o que está acontecendo.

Os partisans faziam parte do exército irregular da União Soviética, que utilizavam táticas de guerrilha em seus combates. Como, por exemplo, sabotagens, roubos de armas, de comidas, visando sempre enfraquecer os inimigos.

Ao terem seus pais assassinados, os irmãos Tuvia, Zus e Asael vão para a floresta de Lipiczanka em 1941, que fica na Bielorrússia, que fazia parte da antiga União Soviética.

Ao fugirem para a floresta, os irmãos se deparam com uma quantidade imensa de judeus, fugindo dos nazistas. Alguns estão doentes, outros são idosos e todos muito famintos.

Zus acredita que eles não conseguirão ajudar aquela quantidade de gente, pois, eles não tem condições e nem garantias de que conseguirão sobreviver, porém, Tuvia começa a ter sentimentos messiânicos, que se confirmam ao longo do filme e acredita que pode salvar a todos.

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Os judeus passam a seguir os irmãos Bielski.

Dessa forma, eles começam a construir um abrigo no meio da floresta e toda a comida conseguida é dividida na coletividade.

Tuvia se vinga dos nazistas, que mataram seus pais e organiza uma emboscada para matar alguns soldados alemães e roubar suas armas e acaba dando certo.

Para alimentar o grupo eles começam a roubar a população, como em uma cena em que eles roubam o leite do leiteiro e acabam sendo atacados pelos partisans soviéticos.

A partir disso, eles fazem alianças com os soviéticos e começam a atacar juntos os nazistas, tornando-se oficialmente um grupo de partisans judeus subordinados ao Exército Vermelho.

O filme a partir daqui começa a focar na rivalidade entre os irmãos Tuvia e Zus, o último com ideias mais realistas, acreditando que precisavam se aproximar mais dos soviéticos, enquanto que Tuvia insiste em manter a comunidade de judeus a parte. A narrativa não deixa de criticar os judeus pela sua passividade.

Por exemplo, na cena em que o líder dos partisans soviéticos fala para Tuvia e Zus, mas os judeus não lutam! E Tuvia responde: “Esses lutam! ”

Também, quando os irmãos conseguem entrar no gueto de Minsk e falam que vão tirar os judeus aos poucos de lá e ouve do líder da comunidade, que é impossível os nazistas matarem uma quantidade enorme de judeus, visto que precisam de mão de obra.

Ao que Tuvia contesta, falando a respeito dos campos de concentração; nem assim consegue convence-lo. Para em seguida apelar para o rabino, que diz: “Estamos esperando em Deus. ”

Zus fala a Tuvia, que os judeus ortodoxos os desprezam e só estão vindo a eles, porque os ortodoxos são fracos.

Em outro momento, quando o grupo está fugindo de um ataque nazista, eles precisam entrar em um lago profundo, a dificuldade se agrava, pois, estão com crianças e idosos doentes.

Asael e um grupo de judeus ficam responsáveis por atrasarem os alemães, para dar tempo de o grupo fugir.

Quando o rapaz alcança Tuvia e os outros judeus eles estão com medo de entrar no lago, ao que Asael diz: Pessoal, Deus não vai abrir o mar para nós, nós teremos que o abrir”. Contrariando todas as expectativas eles conseguem atravessar.

Nessas cenas, Zus havia se separado do grupo ficando no grupo de partisans soviéticos, pois havia se desentendido com Tuvia.

No grupo dos soviéticos Zus começa a ver o antissemitismo, chegando ao ponto de um russo não querer compartilhar o banheiro com um judeu. Todos esses acontecimentos terão vários desdobramentos.

O filme conta com muitas cenas de ações em todo o momento você fica atento ao que vai acontecer e qual será o desdobramento.

Também a narrativa te leva a todo momento a colocar todas as esperanças em Tuvia, como se a obra corroborasse com a ideia de heroísmo que compõe o próprio personagem.

Outro ponto bem questionável, é que em nenhum momento o filme aborda uma questão, que pesa sobre os irmãos Bielski, que é o fato deles terem participado da captura de insurgentes poloneses.

Resultado de imagem
Foto de Tuvia Bielski.

Na minha opinião é um bom filme, principalmente para aqueles que gostam de compreender um pouco mais sobre os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial.

https://www.youtube.com/watch?v=0LwlwPZeIek

 

 

 

Por Juliane Orosco

Sou paulistana, tenho 32 anos. Apaixonada por cachorros, adoro literatura, filosofia, história e psicanálise! Sou formada em História e curso Letras.
juliane.segursky@gmail.com

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